desenho de Eurico Rocha
o
cordeiro da rocha
como
interrogação exclamações de dor
se
hoje na manhã tu estavas no gmail
e por
agora dez da noite sem vento soçobras
ou
acendes em ascensão para o distante sol
nas
sombras que são dos que te amam e não
de
ti que és luz pura mais charmosa maison
o
primeiro pintor dos céus e nuvens e postes
do
planalto no qual voavas de moto e na moda
criavas
as mais originais abstrações materiais
fibras
de tnt de capim e sintéticos tecidos aéreos
estavas
em paris na haute dimensão da costura
e
entre gente do mundo captavas com tesouras
e
papéis e tecidos e modelos dispostos no savoir
faire
les beaux arts numa canção de estilista para
quem
fazer a moda era fazer o drama e a cultura
com
os cabelos à chanel e o charme à saint-laurent
e
lembro que voltaste botando pra quebrar numa
aparente
arrogância típica de quem tudo recusa
critica
os acabamentos e detalhes de acessórios
do
lápis preto ao pancake e do drama e da morte
como
progressálio rapaz ministérico esse mistério
deves
a cada um que te amou romance de relance
toda
a aplicação de agulhas e linhas no matelassê
a
mais bela roupa antes que o fashion fosse feito
nas
capitais metidas a besta do apocalipse now
o
frenesi de humor que portavas nos camarins
demonstravas
desprezo pelos atores sendo um
e
na passarela instalada no palco da villa-lobos
sabíamos
que ali estava a novíssima automoda
autóctones
cortes em palha e algodão invenção
só
há uma ou duas respostas pra tua ausência
escandalosamente
deslizando na paulicéia ela
a
vida e seus rafes e olhares de cordeiros no campo
as
cômicas brigas nossas nas coxias entre os atores
sem
nenhuma cerimônia já sabíamos do abismo
e
vencestes subindo à cobertura de um antigo
edifício
da movida cidade grande de macunaíma
contigo
caminhei e muito pela cidade anímica
a concreta
cerrada que tanto amas e animas
amado
sujeito de mim e de hans tramm amigo