domingo, 26 de janeiro de 2014
não tem fim (nem) terá
batalha barbárie
cultura ordinária
robocop
roubada
clonada
brasília
que nada
esplanada
mirada
rapina
demorou menina
demorou perfume
cereja do bolso
certeza no rosto
pavor de bala
de bala na cara
bandido com bala
bandido armado mala
posando brutalidade
de boçalidade constituído
nomeado no diário oficial da desunião
idade sem rumo sem
sumo de nada de vida boa
escura putaria na dúvida
não duvide ultrapasse
se arraste no chão mas não ameace
se revidar desista despenque desmaie
grite deus me conduz deus é luz
ou se cale rupestre grafite neon apagado
rolezinho de cana
de cana caiana
rolete exaurido
bagaço barbárie
eh eh eh ô ô
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
w3norte
w3 norte esc-rota
delete desprezos
espúria ave, avenida feia
placas de colchões
latas de tinta gigantes
vendedores de automóveis usados
provincianos restaurantes federais
kits enter pausas, inseguras.
a linda Júlia e suas unhas de desejo
deslocadas para a asa sul.
móbiles na casa de minha artista japonesa
(cortinas de papel crepom, de ilha de Okinawa)
sinuca metida a chique, escola de música grafitada,
churrasquinho de beco, pizza palha,
deslocamento dos carros atrapalha,
insert alguma novidade, então,
se possível poesia te comove.
não, backspace,
esta noite nada remove, nem os locks
nem os caps, nem páginas acima ou abaixo.
diga w3, diga diabo três:
diga w3, diga diabo três:
a única solução é deixar o barulhento buzú
atravessar o eixo monumental
rumo a um festival de teatro
na escura arquitetura da noite.
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
diamba
deambulação, diamba
sarabamba, sarabemba, sarabimba
tarabomba, tarabumba,
bumba mangueira samba
filha da mutamba, da rezineira
quando eu fumo essa danada
fico com as pernas bambas.
entrei numas de animar só o espírito
e o espírito não é nada sem
água viva, alimento e assombrações.
se o filósofo disser que sou vampiro
do fundo do oceano mais antigo
com órgãos de sucção ao longo
dos braços, ao longo dos olhos,
também posso sugar alguma luz,
Flússer, filamentos, fluxos, frontesições;
aceito e quero e me rendo ao mistério.
nunca eu brincaria com mitólogos;
parasempre estaria emudecido estático
se houvesse ouvidivisto Eudoro de Souza
- tu não alcançarias o poder da alegoria
para isso terias de passar pela transposição
mortificantes perplexidades do sensível ao inteligível
do mistério do passado ao presente atropelado.
fragmentos são de Heráclito -
o que fazer com os desfragmentos?
detonações, despontares,
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