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domingo, 8 de abril de 2018


foto no site Catraca Livre sem autor identificado



canção à deriva da lua


oh lua pousada
na frágil antena
de televisão
telhado caladão
estrelas estranhas
entranhas da noite
escamas de vento
fala comigo danada
se quiser pode cair
na cabeça raspada
se quiser pode muda
retirar-se sem mágoa

poor moon
in my hot heart
in my high mind
isto é amor this love
move me come to me

meu sigilo bancário é pra quebrar
telhas de amianto transmitem vírus
que caem serenamente sobre a casa
em repouso mas não sobre mim sai
pra lá pó desconstrutivo e sacana
o exame de corpo de delito é menos
pra quem já deletou todos os apegos
carta enigmática embaralhadamente
cadentes carências e cáries nos olhos
suor de quem bem está só no comboio
giroflex sirenes sereias lacrimosas 
carregando na cabeça a confusão
nesta cela sinistra sem virtudes
lindo o helicóptero destinado à
república do exílio asilo silêncio
tal e qual no tempo suplicante
tramóias de todos os temores
as gentes e sangue na entrada
é pornográfica máquina rude
sobrevoando o rio pinheiro
saindo agora para a nave
nós estamos arremessando aqui
os agentes blindados conversam
despossuídos da nação à ré
decola o pássaro de um dia doloso
dolorido e destinado à dor geral
motor do monomotor hélices e
taxiando em imagem do filme
baliza colete laranja luzes nas
mãos e braços abertos para o
levante do gran avião caravan
à direita leve siga a pista 17
e some subindo na escuridão

este coração pulsa conceitual
lua que ressurgirá no temporal