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terça-feira, 2 de setembro de 2014


foto de Tayla Lorrana

delete-me

obrigado, agradecido, pois sim, miss,
por não se mostrar acessível, acessável.
seja louvada por fugir da rede na hora exata
em que lanço uma palavra qualquer,
por não querer falar por excesso de ocupações.
nada com nada, ninguém com ninguém,
corações são apenas imaginação da sua mente.
livre associação, presas todas aos nós de nós.
grazie, signorina. grazie, figlio mio,
já que sua paisagem é farta de imagens
mensagens indecifráveis de tanta obviedade.
quando estiver diante de seu avatar,
farei de conta que és apenas um toy
uma tolice, estultice, estapafúrdia figura.
vamos lá, avance com suas postagens farsantes,
brinque de doido, fotografe-se em selfies 
depravados, desbrave as terras do sentimento
inútil que os futuros amantes pensam dominar.
ah, meu caro, você está apenas dançando
em circunstâncias circulares e viciadas.
esqueça que a história se repete, a história
não é estória, nem fábula, nem domínio, é farsa
e falta aos seus contatos um mestre, uma luz,
um farol e até mesmo uma vela branca acesa.
você se ausenta, eu me deleto, eu desisto e
insistindo em não morrer por você, vivo e sorvo
qualquer outro contato que não seja seu virtual -
porém sem virtudes - grasnar ao longo do campo,
extenso e belo campo de plantações de arroz,
levante bandeiras velhas, apesar do tecido sintético.
lasciate ogni speranza, voi ch’entrate!
não, não lançarei fora a expectativa amorosa
que em meus dedos se esvai. jogo, jogo e lanço
as sementes da plantação que talvez germinem
na terra devastada, impune, despida de mim, 
nenen, cometa loucuras, but don’t make bobagens.
o mar se faz de rios, risos e rizomas. 


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