Ressonancia
poema/desenho de Humberto Brasiliense
2012 fim de era no calendário maia
catastrofesperada não aconteceu
passou batido o transpasse de HHSM
trespasse por etapas
alegoria da vida
alegria de ver o mestre
superar seus limites
com recursos mínimos
subir três andares
levantar-se das profundezas
da poltronacurupira
hermescurupira
andaoinvés
pensasquestá indo
quandoestá vindo
ganhou densidade o trecho
do divã até a porta de saída
que fazia questão de fechar
e abrir com as próprias mãos
senhor da sabedoria
chave da entrada e da saída
algum breve comentário
à guisa de até mais
não se trata do que estás
pensando
está além aquém
o esforço para resistir
ao impulso de ajudar
alguém no limite
uma observação sobre
a importância do silêncio
matéria escuta
antecedendo o sentido
enfim um dia
numa tarde de quinta
a cena que anotei
no desenho
que a descreve:
ressonância magnífica
ouvi sua voz me despedindo: tiau
ao sentar-me no divã voltei-me
vi que a poltrona
estivera de costas para mim
BsB, julho 2014
Humberto Brasiliense, poeta paraense-brasiliano, compositor, fotógrafo, desenhista e escritor.
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