foto de CA/2012
Sala de Exame nº 1
poema de Marcílio Farias
Tente respirar do fundo dessa pesada zoologia
Feita de pus e muco, mundo inteiro,
E você sente o gosto e o cheiro de
Sua própria presença, que bate na porta de dentro,
Ouve o barulho de entranhas,
E de repente nota que ninguém está em casa.
Meteóricas asfixias diárias, como
Asanas forçados em um ashram imaginário e perverso.
O Valete de Arco-íris é minha lenda favorita.
Ele e o mapa secreto que mostra onde
Dois lados se fundem e colidem, beijam e
Se fundem, quando em questão de segundos,
Você sente o gosto e o cheiro de
Sua presença, bate na porta,
Ouve o diabólico barulho de entranhas,
E de repente nota que não há ninguém em casa.
A sala de reuniões é grande demais para esse mar
ressecado.
As crianças não jogam bola na rua. Essa janela
E esse décimo andar encurtam a
Distância entre meus olhos,
Os seus, e o mar.
poema de Marcílio Farias, de Natal-RN,
formado na UnB e que vive entre Brasil e EUA
em seu livro
Rito para Ressuscitar um Elefante -2010
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