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sábado, 21 de março de 2015



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Lígia Rosa do Rosário


Lígia, Lígia Rosa do Rosário,
sei de algumas histórias suas.
de Abaeté à Asa Norte inóspita.
lá, homens verdadeiros, mulheres nas veredas
do sertão mineiro dos menininhos, contas
cento e tantas orações, escandente ventura
aos tantos filhos e filhas por criar,
o gado no pasto, o céu misterioso,
os profundos do chão e das águas. 
Aqui, Lígia Rosa do Rosário,
você é criatura dum longo poema
de um amor que falava do mar
e esse mar era seu amor amável
e seus miúdos olhos pura memória
e seu pequeno altar pleno de santos
e suas histórias tão próprias com sabor.
Um rosário só pode ser uma antologia,
uma coleção de flores de aroma, dividida,
multiplicada por tantas atenções lindas.
Sei do seu amor pela vida, não duvide:
eu pensei que eu não tinha nada além.
E não tem nada: tem tudo. Rosáceas,
beleza, compaixão nas mãos e na voz.
Como você é formosa e me ensinou
o amor das palavras mais antigas e
se insinua presente em meu coração, 
uma graciosa armação de ipê sonhado,
outonúmido de flamboiãs e canoras aves.  
Você sabe o que tento dizer: esse ipê passando
é um pássaro santo do espírito das rosas cheirosas,
as que você plantou, expostas e dignas da Mãe.

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