Em que se limpava os óculos com o cuspe
E ao lado da máquina de costurar, senhoras
Montavam roupas, mascavam e murmuravam
ao lançar tabaco mastigado na escarradeira esmaltada,
sem perder os dedais dos dedos.
Sou tão antigo que acordei vários dias com
Os olhos mascarados de remelas:
Estava cego até que a mulher mãe
Vinha com um algodão úmido e cálido
E abria as pálpebras aflitas.
Sou aflito como múmias que mourejam
Em cavernas nunca descobertas.
Bebia água no mesmo copázio de meu pai;
Todos bebiam no mesmo copo de alumínio areado.
E em seus pratos de cerâmica, como espelhos,
Viam o mesmo rosto de um passado,
Um é a cara do outro, tempos de pessoas perdidas.
Pai gigante, há um século soterrado nas tábuas
Da casa de mulheres cantoras e choronas...
Descoberto entre escombros de uma tarde
Ainda com vida; ele ....estrelas caindo no telhado
..., belo!
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