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quarta-feira, 9 de novembro de 2016


foto/CA.2012

nossa língua


a nossa língua minguante
espada de três gumes
ouvido olvida delira avante 
levo desaforos pra casa 
mentalizado abduzido en mí
na mochila dos desesperos em si
carregas os aforismos mais vis 
e jogas online no pilão digital
masseras e tomas o sumo cimo 
estás reduzido a pó de inútil memória  
língua espátula afiada sem história diz
guarda a dor na sacola azul do festival
e com cuidado hasta tu delírio fantasmal

minha casa caótica caosmótica
sabática dominical semanática
nossa em que sentido senhor
perguntas e sem resposta calas
nossa língua não existe bolas e
e cada um que se aguente por
solilóquios dramáticos com final
feliz e desdobramentos vãos em
noite fria e sofrivelmente calma
  

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