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domingo, 29 de novembro de 2015

situação


foto/CA/2013

ambiente saturado suturas pelos espaços
papéis livros papéis jornais papéis anéis
de fumaça circulando entre quartos janelas
a sombra por trás das sombras assombrosas
falas ao telefone e imagens ainda mais escab
rosas no circuito pouco recomendado espesso
dacadeira diante da máquina à estante depoeira
e letras e papéis assustadoras capas de apreço

o lugar do poético é aquele que ninguém quer
ouver assuntar lá não é luz nem luminúrias
menos lamúria e mais lentíssima contração
do coração artirante calmável desdobrível 
aquilo demências da mais demência lírica
não é destruída escapada da terra é a própria
calçada em que andas contando tentando andar
numa reconciliação sem precedentes entre deuses  
um dois um dois um dois três um um dois três

e o vazio desse conjunto de casas causa aflição
cobrir os espelhos proibir os instantes saltar
tempo muro janela sofá pedras do rio do mar
nada a dizer tendo a abrir a cancela de ferro
da casa e acendendo as luzes ouvir os erros
música que se esvai no esquecimento tênue
entre perder e ganhar e aceitar o meu avião 

todas as noites a essa mesma rota faz sua hora
sobre as casas desta quadra em que os cães-luz
feras esputidamente no compasso latem presos   

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