Rodrigo Fischer em Misanthrofreak/foto Juliano Chiquetto
MISANTHROPFREAK
A FACE DUPLA/. Othon
Bastos em Deus e o Diabo, Glauber
Rocha/Bruno Garcia em Cleópatra,
Julio Bressane/...Alguns enigmáticos sujeitos-signos neste rosto do panfleto de
Misanthrofreak, que de misantropo não
tem nada. É invenção de um ator rizoma perdido fora da sua/nossa/cena,
exasperomental e esperadonada./ Rodrigo Fischer apresenta no Teatro da Caixa
(ainda hoje sábado às 20h e domingo às 19h) sua criação de 2013, que estreou em
Nova York. RF é um ator eminentemente brasiliense. É de linhagem vinda das
fontes murmurantes criadas pelas performances, peças, coreografias e outras
artes tentadoras de figuras de alto calibre como Eliana Carneiro, Felícia
Johansson, Maura Baiocchi, José Eduardo Garcia de Moraes, Rick S eabra e Simone Reis (só pra ficar nesses
exponenciais). O ator rizoma, claro, produz ramificações. Hoje, o
ator recusa os modos convencionais e inventa sua própria máquina exasperante/da
interpretação por ironia, inteligência, poética, arte visual ou puramente
circense e nonsense/cinema/vídeo/projeção./ A figura, a fisionomia, o semblante,
/o implante na plateia de cenas insones/deslocamentos de bugingangas tecnológicas
e versáteis, em partitura de luzes, sombras, cenas explícitas e de composições
memoráveis, /aforismos nietzscheanos/desaforos e medos e ternuras nos desenhos
de voz e percurso físico da máscara fischeriana/. Objetos, caixa de
ferramentas, roupa talhada em fina estampa/. E a principal presença plural e
minimalista do ator signomanipulador. É isso: Misanthrofreak é um espetáculo de alcance além dos territórios
delimitados. Brasileiríssimo na inteligência do comediante e poeta-em-cena,
versátil, malandro na trilha, inconformado e de uma dramaticalização de rara
eficácia. Beckett fica ali na coxia, às vezes na plateia. This actor is totally
freak. E sem revisão nem repetição de um espetáculo que não se repete (Sobradinho, 16 maio 15).
Nenhum comentário:
Postar um comentário