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sábado, 30 de maio de 2015


foto de Luis Jungmann Girafa


Maravalhas - maravilha e navalhas
 


de macacão vermelho, ao lado do espantalho,
do carrinho de pipoca, de hóstias sem consagração,
de um vinho com sabor renascença, Ele recebe os
que chegam para a abertura de uma exposição
na base da grande bacia branca de concreto.
e, ao abrir o pano para os animais dramáticos,
mergulhando os visitantes numa desinstalação,
somos dramatis personae, fulanos da foliarte,
soltos entre o ajuste e o desajustado: objetos
pedaços de pau e pedra, ligações umbilicais em
secreta armadilha para o tosco e o translúcido,
formalização, em traço, em cor, em vozerio de
gente queimada nas páginas rasgadas da história.
as máscaras saltam, os esqueletos são exóticos,
ou talvez eróticos, ou talvez grafismos anatômicos,
construções figurais, armoriais, desfiguradas de um
barroco maravalha – tudo fora do espaço, silêncio!
a ocupação de signos animais, uma sequencial de
gritos, gritos documentais, gritos empalhados ou
talvez apenas peraltices do peralta em nua ópera.
duvido que alguém consiga recordar o labirinto
do drama mecânico desses animais. A comédia
é a viagem dos hieroglifos, seres extratransladados
destrambelhados, num mundo engraçadamente
contorcionista tornado tortêmico. barraco armado.


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