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domingo, 28 de dezembro de 2014


still do filme Singing in the Rain, Gene Kelly



lluvia o sueño

a palavra-chuva é a chave
a chuva é canônica, trompa-
temporal de história turva,
alta definição de imagens e
de celas fechadas a sete chaves.
a chuva em parábolas constrói antenas.
democracia, tirania, dança de drones
passagem do ensolarado outono aton
in estate, carregado de grãos, águas, 
nuvens violentas, notícias violetas et
para, coração. o que será vistorevirão:
a palavra canção dos teus momentos
sanguíneos e caos delirantes instantes
instalados como máquina diária, viária,
cada um na sua, trolagens implicantes,
likes absurdados, modelos infanticidas,
vírgulas, uma vírgula, interrogação em
cada instante desta noite inútil e plena.
oh (?). noites de enfermas estrelas, ai
que as noites são aquém bem do Japão. 
não dormes, singing in the rain, trovão.
zen de cabelos molhados daquela mina.
ara ene eniara era iara e ainda é minha.     

sem exagero, sem pressa, sem desespero
enquanto esperas o vapor, o calor d’algum
incômodo para desestabilizar a objetiva ou
utilizar a câmara mirando o mirante dormir
e sonhar com o mesmo impasse do ensaio:
entre meus atores perdidos de si me decaio.   

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