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domingo, 26 de novembro de 2017

foto de Tayla Lorrana/Maranhão/2007


dias fáceis


ohrgh dias felizes e difíceis
ôuuah dias que passam e enganam
pensando que sou bobo do corte ou
bêbado besta entre bregas bacanas
breves baganas do ser um bagaço
em forma de pessoa mais uma pessoa
uma pessoa mesmo inteira e deslocada

corte é o golpe a corte usurpistadora
a incisão do tempo na pele  
tudo é triste e resiste por alguma falha
isso pelo menos em mim oh azar
pois perpasso por criaturas nas ruas
bom esta cidade não tem ruas
sou antigo e elas atualíssimas
e rápidas e alongadas ou não

pessoas que funcionam loco
movem-se no ritmo dos rizomas
de identidade porte fisionomia e
como pode tanta saúde clara
que porra é essa de poder ser
sem estar que não alcanço
interrogação
estamos todos ameaçados
o terceiro mundo explode
o segundo sol não chegou
o primeiro planeta nos dirá vivos

ah dias felizes a e i o u
sem invídia transtorno ou turbulência
dias de ira calamidades e inconsciência
falsidade é um dom poético
sejamos éticos e o resto é
putaria ou possível poesia
qualquer alguma a intrusa
a difusão da luz nos escombros
qual mesmo é seu farol
interrogação
esqueço a profecia na praia
interrogação
criatura perduta da tempo   

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