Páginas

segunda-feira, 24 de abril de 2017

foto Tayla Lorrana/2011

escrever a dor

ah que necessidade de escrever essa dor
de gritar pra ela sua fúria sua desgraçada
que me impede de escrever num sabor 
que cure essa dor tectônica no corpor
eu sei tuas origens todas salamandra
se requebrando no fogo e apagandoo
sei malandra capanga rapina enxofre
sei de chofre a hora em que desces ou
apeias entre ossos e veias e carnívora
como te instalas mordendo o osso eita
que hoje não haverá outra conversação
se não essa manifestação de digiletras
em ansiosa respiração para que a palavra
chegue derrubando as estufas quentes e
convulsão do fogo factual fátuo fabuloso 
da dor que se esconde no teto ou no éter
de algum lugar do corpo a mim barrado
constrangido contraditoriamente alterado 
expungir os quês e despachar na andança
essa necessidade de escrever contraído 
escrever a dor


Nenhum comentário:

Postar um comentário