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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016


A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, Praça dos Três Poderes, em foto de Valdemir Cunha
(com sua licença autor) e pequena alteração básica.


a justiça é cega


é ridícula
balança e espada
balança sua espada
espana sua bondade
témis e diké
a temerosa
a dikétômica
eumón, eiriné
nem querem saber
justiça, disciplina, paz
nós escravos filhos da
terra e do céu.
que tu, deusa atrevida,
levantes no banquete
de todos os deuses
dando uma de dona dos donos – 
lembras o que fizeram em Roma;
puseram a venda em teus olhos. 
esse é o mito e todo mito é do povo,
mas por que estás cega
és caricatura ou criatura
navegante nave de touros
doida, doída, dorridente
nadas sem ninguem sem direção
és a bêbada malvada
imparcial
passas a noite em ruminante vigília
para a praça vazia, olhos acesos
perdes o dia em letárgico granito
esculpida,arteira, dama
frígida aos teus poderes
os cães de uma pátria
mas dizem explicitantes as nuvens
ela voltará a enxergar
retirando-se do tribunal
ela queimará as togas e
as cadeiras ostentosas e
em seguida se jogará no
lago, sabendo daquele
esconderijo que nenhum
general imaginou existir.
vendo os olhos para que
não me possuas como mais um
a pesar em tua balança manca
e enfrentar a enferrujada espada

11.2.16

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