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sábado, 13 de junho de 2015


criatura/?/foto de Tayla Lorrana


um sujeito

por que esse espanto
com os espasmos horripilantes
das horas por que retrocedes
somos invenções
sujeitos à histeria histórica
subjetivações da sede e da fome
fabricados contratados
produzidos embalados
abram a caixa de ferramentas
o que é: esta é a palavra de ordem
abre a caixa de ferramentas
e exclamas palavras de rancor   

sem vírgula
em minha mesa de beber
a mesa é do bar
a cerveja é transgênica
não há companhia
a não ser o meu 
fantasma diário
em mim instalado
assim a contenda
está toda cercada
e eu liberado pra pensar

tapes gravados
emcâmaras de segurançardente
e inseguro me inscrevo
aos poucos sorvendo
o que se derrama, escamas do céu
sem solenidade glamur nem escarcéu
preencho o edital do tempo
contemporizo calado e na cabeça
raros gritos sonoros
de um pássaro de sapatos
de um par de ímpares impasses
em estado de samba que aceita tudo. 

a noite se dissolve total



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